UM TRIBUTO À MULHER, ATRAVÉS DAS MULHERES CURAÇAENSES...

Dia Internacional da Mulher, o reconhecimento do mundo às incansáveis guerreiras da liberdade, da sabedoria, do amor, da realização... Mulheres que marcam a história da Humanidade pelo que de humano carregam dentro de si. Mulheres, raízes fincadas no chão da esperança, deixando rastros de vida em todas as dimensões.    Mulheres que fazem, que inspiram, realizam e plantam futuro, concretizado na história de tantas vidas.

Assim, são as mulheres da nossa terra, Curaçá... Da ação desbravadora de Dona Feliciana, brota o núcleo de povoamento que deu origem à cidade. Pela sabedoria e coragem, Mãe Sérgia acolhe vidas, tornando-se testemunha do milagre de ser mãe, é exemplo para Efigênia Pires, Edinalva Jordão, Dalva Nascimento, Maria Senhora e muitas outras parteiras. E, porque a vida carece de alegria e arte, Julieta Torres sobe ao palco, incentivando tantas outras mulheres na expressão de seus dotes artísticos, Adjalva Loureiro, Belanísia Torres Nunes, Elita Aquino, emocionam e deixam na memória, o período áureo da arte cênica. Na intimidade com a poesia, Irmã Carlota exprime o seu amor à terra natal, deixando como legado o que se convencionou como Hino de Curaçá... As irmãs Marieta e Enedina (Silveira Bahia), corajosamente, fazem romper as barreiras da estagnação do conhecimento e este passa ser partilhado e disseminado. Na arte de educar, Maria Carlota aponta caminhos para autonomia, na prática da educação para a vida; Maria Almeida de Araújo (Dona “Nenzinha”) torna-se símbolo de bondade, Excelda Nascimento é Mestra Amiga; Valdejane Reis, Maria Esther Duarte marcam um tempo de conquistas para a sociedade curaçaense e participam da luta para criação de um ginásio... Mulheres, atuantes, buscando através da política a ação cidadã, Norma Bahia inaugura a ascensão a cargos públicos, figura entre os inúmeros presidentes da Câmara de Vereadores... Mulheres participativas, integrando-se às diferentes formas de realização, Heliete Torres, significativa contribuição em favor de transformações...  Mulheres ligeiras, marcantes, passageiras... Lia Susuki, a mais “estrangeira” das curaçaenses, deixando marcas de Sabedoria. Mulheres corajosas, destemidas, enfrentando as intempéries, Dona Lidu, mulher ternura de rezas e crenças... Mulher coragem, rasgando o tempo na luta pela sobrevivência; Mulheres vaqueiras, reunindo a bravura e o destemor, Maria de Deoclécio, Dona Severiana, Terezinha Varjão, têm a caatinga como testemunha... Mulheres da alegria, do entusiasmo de viver, Dona Elzita, Dona Januária, Oza Carvalho, Dona Carmita, exemplos de amor à vida, Liz Carvalho de Araújo, Dona Silar, Benedita Rodrigues (Nega) fazem do amor à família sustentáculo de suas vidas... Mulheres que são ternura, carinho, compreensão... Mulheres/mães dos seus filhos legítimos e mães

de muitos outros pelo coração... Minervina Pereira Rêgo, Dejanira Torres Soares, exemplos de abnegação... E o labor diário vai sendo tecido pelas mãos de donas

de casa... No encontro de agulhas e linhas, mãos exímias expressam perfeição em variados bordados, Adalcina Duarte, Célis, Regina, Julinha Lopes deixam exemplo a Creusa , Dinalva, Maria da Natividade (Mana), Maria Madalena dos Santos e tantas outras que hoje se destacam... Tintas, pincéis também fazem parte do cotidiano feminino; ao deixar na tela a poesia que carregavam em si, Laura Coelho, Adair Aquino partilham seus dotes, Elita Soares Ferreira, Valdelice Aquino, Maria Ivani Lima de Aquino, Edna Val, Juscileide Dantas dão continuidade, ao retratarem com arte, a arte da vida.

Mulheres dinâmicas, ativas, batalhadoras, desempenhando ao mesmo tempo, diferentes funções, inquietas na busca de novas realizações, Maria Roselita Xavier, exemplo de persistência, inovação, destemor e, sobretudo, mulher valente... Expressão de fortaleza ao enfrentar as adversidades da vida.

Em meio à garra de mulheres determinadas e lutadoras, a religiosidade desponta como força transcendental e permite que, pela fé, sejam cultivadoras do bem, curadoras de males da vida, Dona Clotilde, Isabel de Pitaca, Maria Véia, Iaiá de Edmundo marcam épocas, como “rezadeiras”, espalhando boas energias para muitos. Mulheres da lida, incansáveis, na pedra, marcando encontro com as águas do Velho Chico, têm o sol por testemunha na labuta de deixar limpo o que ficou sujo, e, porque amam o que fazem, se tornam referência como lavadeiras, engomadeiras, mulheres trabalhadoras, Dona Celina, Dona Jovina, Arlete e muito mais delas colocam nas forças de suas mãos a arte de fazer bem, aquilo que fazem. O tempo urge... Novas expectativas, novas formas de vida... Lá, estão as mulheres marcando presença, exemplos para tantas outras... Mulheres/mãos que guiam, que tecem, mãos/mulheres que raleiam uvas, que apontam caminhos... Mulheres/mãos que vendem espalham sorriso e simpatia, Dona Toinha e Maria dos Santos Miranda (Lourdinha) são expoentes no atendimento ao público como comerciárias... Mulheres que estudam, que ensinam, que aprendem, que agem... Maria Helena Duarte, pelos caminhos da ciência, como médica laboratorista, contribui para que muitas mulheres tenham saúde. Mulheres cidadãs, que, no dizer sim à vida, geram vida para muitos, Valdomira, Maria Pastora, Maria Aurora Jordão, Sofia Reis, mulheres incansáveis nas lutas populares.

Mulheres que se foram, que estão aqui e que ainda virão. Enfim... Tantas e diferentes mulheres, características comuns, mas, únicas, verdadeiramente, Unidades na Diversidade. Quiséramos, aqui, poder citar muitas outras que têm expressado os seus valores e saberes, suas lutas e crenças, seus jeitos de ser e estar na vida. Que todas elas se sintam homenageadas, através do nosso reconhecimento a estas, aqui, citadas. E, porque o importante é saudar todas elas, digamos, então: Parabéns! Mulher...

Autoria: Juscelita Rosa Soares Ferreira de Araújo

HOMENAGEM DO GOVERNO MUNICIPAL DE CURAÇÁ PELO

DIA INTERNACIONAL DA MULHER-

CURAÇÁ, 08 DE MARÇO DE 2010